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domingo, 13 de janeiro de 2013

Estabanada


Desde que me entendo por gente, acidentes domésticos fazem parte de minha rotina. Agarrava-me à esperança que com o passar dos anos isso melhorasse...  doce ilusão, constato que cada dia estou ficando “melhor nessa arte”! Estou pra ver pessoa tão desastrada quanto eu, já cometi cada proeza, paguei cada mico que às vezes duvido como é que consegui.
Em minha infância vivia com os joelhos ralados, nem dava tempo um ferimento cicatrizar que rapidamente eu providenciava outro. Era queda de bicicleta, unha esmagada na gangorra, braço ralado de queda em janela, dedo imprensado em porta... enfim era tanta coisa, que pra idade seria até normal. Mas daí que cresci, quer dizer fiquei mais velha, e continuei me despedaçando, enfio o dedo no próprio olho, esbarro em objetos, deixo-os cair de minhas mãos com enorme frequência, me firo com as próprias unhas, quando estou na cozinha, misericórdia, aí é que é a coisa toma proporções mais sérias, facas, essas danadas tem obsessão em cortar meus dedos.
Outro dia, borboleteando entre face e estudo, bateu aquela fominha costumeira da madrugada, daí que eu fui providenciar alguma coisa pra comer, até aí tudo bem, o problema e que enquanto pegava uma panela todas as outras em solidariedade com sua companheira, decidiram vir juntas, nem preciso falar o barulho que foi. Além de acordar os da casa deve ter também assustado os vizinhos.
Mas os desastres não param por aí, já passei por coisa mais séria, consegui cair da escada do sexto andar; já cai da cama enquanto dormia, já enfiei um prego no pé (dói só em lembrar); moeda já foi parar em meu sorvete... Não sei se nascemos ou nos tornamos desastrados, só sei que depois do tombo, do mico, dá até pra garantir umas risadas.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Às vezes somos como lagartas, tecemos nosso casulo, aos pouquinhos ele vai tomando consistência, firmeza... e quando chega a hora de sair do invólucro , descobrimos que é resistente demais, que precisamos juntar todas as forças para conseguir romper de uma só vez aquela crisálida. É aí que descobrimos que era necessário passar por esse processo, sem esse esforço não desenvolveríamos a musculatura necessária para alçar o voo. Assim como lagartas, se quisermos nos transformar em borboleta, não podemos queimar etapas, pois, por mais simples que pareça, cada uma contribui para o nosso crescimento.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Resenhando


Contos da literatura infantil ainda encantam milhares de pessoas. Basta um pouco de sensibilidade para extrairmos as grandes lições implícitas nessas páginas. Já havia lido O Mágico de Oz, mas nunca havia notado o que há por trás dessa estória. Hoje, ao ouvir minha sobrinha lendo esse livro, fiquei fascinada com alguns pontos daquela narrativa, fiquei a imaginar aquela garotinha, a Dorothy vendo sua casa arrastada pelo furacão e indo, junto com seu cachorrinho, parar naquela terra desconhecida. Conhecer aquelas criaturas fantásticas, a bruxa má, seus amigos, o Leão, o Espantalho, o Boneco de Lata. Cada um com sua história. Todos em busca de algo. O grande mágico de Oz.
Estive a pensar, muitas vezes estamos como aquela garotinha, o nosso mundo desaba e vamos parar na cidade de Esmeralda, cercada de pessoas estranhas, com “bruxas” que querem nos destruir, encontramos amigos que também estão com suas fragilidades em alta, necessitando de apoio ou de uma grande “mágica” pra solucionar seus problemas. Muitas vezes estamos como o Espantalho, desejando ardentemente ter um cérebro, e por fim aos problemas, outras, estamos como o Boneco de Lata, queremos apenas um coração, e quantas vezes somos como o pobre Leão medroso, só precisamos de coragem.
Existe uma característica de cada personagem em nós, as dificuldades, os problemas do dia a dia nos faz acreditar que não temos o necessário para sermos felizes, que sozinhos não vamos conseguir. Mas basta olharmos para dentro de nós, e assim como aqueles personagens, também podemos descobrir que não é um “cérebro, um coração ou coragem” que torna nossos desejos realidades, mas que tudo o que precisamos está dentro de nós. Que nada pode nos destruir, “bruxas” podem tentar nos derrubar, sair à caça de nossas vidas, tramar nossa queda, mas existe uma força do bem que nos mantém de pé. Outra lição que podemos extrair dessa grande estória, é a solidariedade, o respeito ao próximo, a compaixão. Enfim, podemos depreender que para sermos completamente felizes não precisamos possuir tudo que desejamos, mas estar perto de pessoas que nos cativam e que realmente querem o nosso bem.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Fim



Luz,
Verdades,
Vaidades
Ensaios, diálogos
Era tão parte daquele aposento
Quanto as próprias paredes.
Presenciou tanta coisa
Foi sempre tão verdadeiro.
Um dia cismou da vida que levava
Sem mais nem menos
Optou pelo suicídio
Jogou-se da parede
Despedaçou-se em quatorze cacos
Cada um, com um pedacinho de verdade.
Quão triste foi o fim
Daquele grande espelho.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Mãe gentil ou madrasta vil?

O que está acontecendo mãe gentil?
Teus filhos encarcerados, vítimas de uma grande conspiração.
Armaram tudo direitinho, montaram todo o esquema,
quem sofre é a população
Que na labuta padece
Fazendo malabarismo com seu salário, para depois do imposto,
poder garantir o pão.
Corrupção por toda parte
Fraudes e mais fraudes
Desde o planalto até as pequenas cidades.
Cadê as escolas, e moradias de teus filhos, Pátria amada?
E os hospitais?
Não vês que João, Manuel, Francisco
estão morrendo à míngua sem conseguir internação?
Pátria, não és tu o país do futuro?
Qual futuro mesmo? 
Será a bola, o samba, o crack e a corrupção?
Não vês que educação e segurança em coma estão?
Oh Pátria, escuta o grito dos teus filhos
que querem os cuidados de uma mãe gentil.
Mas que enquanto estiverem sob domínio desses vermes corruptos 
serão tratados por uma madrasta vil.



sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Indignações


Já ouvi de muita gente a célebre frase “Religião e Política não se discutem”. Muitos preferem manter-se neutro a correr o risco de ser mal interpretado. Sim, é um terreno perigoso, mas vou correr o risco de andar por esse campo minado e expressar (já que tenho esse direito) minha opinião.  Pra começar, não custa recapitular a etimologia e o conceito dessa palavra (se é que é possível conceituar religião).
Religião deriva do latim religio, religare [religar, ligar bem], sendo assim, nos permite afirmar que religião é, assim, uma ligação entre homens.  É partindo desse ponto que tento entender religião – ligar bem. Então há algo solto, e partindo do princípio bíblico, penso que seria ligar o homem com Deus, já que a desobediência no Éden rompeu esse laço.
Mas não é bem por aí, a religião tomou diversas formas, paixões, ideologias... e muitas vezes não serve para ligar absolutamente nada. O que seria então religião? Uma doutrina que demanda interpretação, compromisso e fé, que permite uma prática e que tem objetivos éticos, estéticos e emocionais?
Não sei! Suponho que a religião cega milhares de pessoas, já que em nome da religião muitas vidas foram e são deturpadas, em nome de religiões muitas guerras foram e continuam sendo travadas, por causa de religião muitas vidas deixam de crer em Deus, por causa de religiões que cometem atrocidades.
Não há dúvida que o ser humano precisa acreditar em algo pra se sentir completo, seja ele católico, cristão, ateu, agnóstico, espírita, seja o que for ele sempre tem uma busca, e essa sua busca que se torna sua religião.
Sou cristã, sim!Acredito em Deus. No criador que criou terra, céus e mar. Que fez o homem à Sua imagem e semelhança, que povoou a terra, que dá o fôlego de vida, que enviou o Seu Filho para salvar os que haviam se perdido. Acredito no seu poder infinito, na sua soberania, no seu infinito amor, por nós, suas criaturas.
Pois bem, mas o que venho falar hoje, é sobre coisas que causam indignação até mesmo para quem está na igreja, veja lá pra quem está de fora. Pessoas se aproveitando do evangelho para se dar bem na vida, usando a Palavra de Deus pra levar vantagem financeira, me pergunto estamos de volta à Idade medieval e a venda das indulgências? Não foi Jesus que se fez de pobre e veio habitar no meio de nós? Não foram os discípulos que deixaram tudo que tinham para seguir Jesus? Então o que é isso que nós estamos vendo e vivenciando? Venda de bênçãos? Será que Deus se agrada dessas práticas?
Falando em indignações, a hipocrisia está por toda parte, pra que fazer voto de celibato e abusar de crianças? Travar guerras matando milhares de pessoas e chamar “guerra santa”? O que é que as religiões estão reforçando? Onde é que fica aquele conceito lá de que religião serve pra ligar o homem com Deus, o que é feito com o compromisso e fé, que permite uma prática e que tem objetivos éticos, estéticos e emocionais?
Pergunto-me, não serão essas práticas que deixa o homem incrédulo? Não são esses aproveitadores oportunistas que afasta as pessoas de irem à busca de Jesus?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Só estava pensando...

Sei ser legal com algumas pessoas, só não me peça pra ser simpática com gente efusiva, isso não tem nada a ver comigo. Não consigo entender muita coisa, mas se tem algo que me intriga é por que algumas criaturas fazem questão de serem notadas quando as pessoas em volta nem se dão conta de sua presença, ou quando simplesmente as ignora. Essas criaturas começam a falar alto, narra suas vidas medíocres achando que tem alguém interessado em ouvir. Falam tanta asneira. Francamente, deveriam achar um circo para lucrar alguma coisa, porque o que tem de vocação pra palhaçada não está no gibi.